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Santo do dia

Santos Nereu, Aquiles e Pancrácio, mártires

“Todas as estradas levam a Roma”, diz um provérbio, e de Roma saem algumas das mais célebres estradas do mundo. Em duas dessas estradas a sudeste e oeste, a Ardeatina e a Aurélia, foram sepultados os mártires Nereu, Aquiles e Pancrácio. Embora recordados os três no mesmo dia, 12 de maio, o culto deles foi sempre separado, como dizem os compiladores do novo calendário: “A memória dos santos Nereu e Aquiles e a memória de são Pancrácio são celebradas separadamente com formulários próprios segundo uma antiga tradição romana. Ao contrário, a memória de santa Domitila, introduzida no Calendário romano em 1595, deve ser cancelada, pois o seu culto não encontra fundamento algum na tradição”. Isso resolve também a questão da época em que Nereu e Aquiles deram seu testemunho.

O papa Dâmaso, que pouco depois da metade do século IV falava com absoluta segurança dos dois mártires, refere que viveram no fim do século III e morreram durante a perseguição militar com a qual se iniciou a “era dos mártires” (de Diocleciano). Eles eram levados à força ao tribunal de um “tirano”. Aí aplicavam as ordens de tortura e de execução dos “rebeldes” cristãos, até que atingidos pela coragem e constância dos mártires cristãos decidiram seguir seu exemplo. Privados das insígnias militares, foram por sua vez conduzidos ao suplício que enfrentaram com coragem e alegria.

A gravura que representa santo Aquiles atingido pelo verdugo é considerada a mais antiga representação que ficou de martírio. Abandona-se assim o que referia uma tardia e lendária Paixão do século VI, que unia a tradição do martírio de Nereu e Aquiles com os de Petronila e Domitila respectivamente filha de são Pedro e sobrinha do imperador Domiciano.

Também a história de Pancrácio, martirizado ainda muito jovem sob Diocleciano, foi enriquecida de tantos elementos lendários pela sua tardia Paixão, que é muito difícil separar os reais acontecimentos históricos deste que foi um dos santos mais populares não só em Roma como também em toda a Itália e ainda no exterior: é o patrono da Juventude de Ação Católica e dedicaram-lhe igrejas e mosteiros: a de Roma foi fundada por são Gregório Magno e a de Londres por santo Agostinho de Canterbury (a são Pancrácio é dedicada também uma estação do metrô de Londres, e inglês era Wiseman que fez de são Pancrácio uma das personagens principais de Fabíola). A lenda o tornou vigoroso vingador da veracidade dos juramentos. Sua basílica era uma das estações quaresmais.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

7º Domingo da Páscoa

ASCENSÃO DO SENHOR

(branco, glória, creio, prefácio da Ascensão – ofício da solenidade)

Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu, aleluia (At 1,11).

Aclamamos o Senhor por sua Ascensão, sua volta ao convívio do Pai. Sentado à direita de Deus, Jesus continua a olhar pela humanidade. Para que nós, seus seguidores, tenhamos consistência no testemunho, Ele nos promete o envio do Espírito Santo. A Igreja reafirma hoje seu compromisso de anunciar o Evangelho, utilizando-se também dos meios mais modernos para promover uma comunicação plenamente humana. Celebremos esta Eucaristia em comunhão com todas as mães, neste dia a elas dedicado.

Primeira Leitura: Atos 1,1-11

Antes de voltar à casa do Pai, Jesus conclui sua missão e convida seus seguidores a dar continuidade à obra por ele iniciada. Ouçamos com atenção a Palavra de Deus.

Leitura dos Atos dos Apóstolos – 1No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo 2até o dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. 3Foi a eles que Jesus se mostrou vivo depois da sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus. 4Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: 5‘João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias’”. 6Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o reino em Israel?” 7Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. 8Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria e até os confins da terra”. 9Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. 10Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, 11que lhes disseram: “Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 46(47)

Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta!

1. Povos todos do universo, batei palmas, / gritai a Deus aclamações de alegria! / Porque sublime é o Senhor, o Deus altíssimo, / o soberano que domina toda a terra. – R.

2. Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta. / Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, / salmodiai, ao som da harpa, ao nosso rei! – R.

3. Porque Deus é o grande rei de toda a terra, / ao som da harpa acompanhai os seus louvores! / Deus reina sobre todas as nações, / está sentado no seu trono glorioso. – R.

Segunda Leitura: Efésios 1,17-23

Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – Irmãos, 17o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. 18Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos 19e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente. 20Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, 21bem acima de toda autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. 22Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a cabeça da Igreja, 23que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Marcos 16,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

Ide ao mundo, ensinai aos povos todos; / convosco estarei, todos os dias, / até o fim dos tempos, diz Jesus (Mt 28,19s). – R.

Conclusão do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. 19Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. 20Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam. – Palavra da salvação.

Reflexão:

As últimas informações do Evangelho de Marcos parecem refletir a realidade que a Igreja primitiva estava vivendo. O breve texto registra o envio dos onze discípulos para proclamarem o Evangelho em todo o mundo; elenca alguns sinais prodigiosos que vão acompanhar os missionários; resume o relato da ascensão de Jesus; finalmente, menciona a confirmação das anteriores promessas de Jesus: “O Senhor agia com eles e confirmava a Palavra, por meio dos sinais que a acompanhavam”. A ascensão de Jesus não o afasta do nosso mundo; ao contrário, torna-o sempre presente, de modo ilimitado. Cabe a nós prolongarmos a prática de Jesus, com a garantia de sua constante e animadora presença, utilizando todos os meios e técnicas que o progresso humano põe à nossa disposição.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santa Joana de Portugal, virgem

Nasceu Joana a 6 de fevereiro de 1452, filha primogênita de Dom Afonso V, e, portanto, herdeira do reino. Mas desde cedo o espírito da jovem princesa estava mais disposta para o serviço de Deus do que para as grandezas da terra. Aos 12 anos já se recolhia ao seu oratório meditando as vidas e martírios dos santos. Quando, aos 15 anos, perdendo a mãe, seu pai lhe confiou o governo da casa real, começou por penitência a usar cilício e túnicas grossas e ásperas, por baixo das vestes finas. Assim assistia às festas da Corte, cobrindo os instrumentos de penitência com pedrarias e panos dourados. Grande parte das noites passava no oratório, ou de joelhos orando, ou deitada no chão, tendo por simples conforto uma almofada em que apoiava a cabeça; e muitas vezes recorria a cruéis disciplinas, para maior perfeito holocausto à justiça divina.

Jejuava a pão e água muitos dias, particularmente todas as sextas-feiras; e para que fosse completa a abstinência observava-a também nas palavras, procurando no silêncio aplicar melhor o espírito à meditação das coisas de Deus. Conforme o costume do tempo, os príncipes tinham uma divisa; a sua foi uma coroa de espinhos. Para os pobres tinha grande caridade, acudindo também com grandes esmolas às cadeias, hospitais e casas religiosas. Na semana santa mandava que lhe trouxessem doze mulheres pobres, sendo a maior parte estrangeiras e das mais desamparadas, e, depois de em grande segredo lhes lavar os pés e os beijar, na quinta-feira santa, as despedia vestidas com roupas novas e com esmola em dinheiro.

Era dotada de singular formosura, pelo que foi pretendida por muitos príncipes; Luís XI de França mandou a Lisboa seus embaixadores a pedi-la em casamento para o delfim; mas a este e a outros se esquivou Joana, porque todo o seu desejo era abraçar a vida religiosa. Em 1471, obteve licença do pai e recolheu-se ao mosteiro Odivelas, onde era abadessa sua tia, D. Filipa. O fato causou grande estranheza e descontentamento. Fizeram muita pressão sobre ela para que desistisse. Deus lhe revelou que essas importunações acabariam quando o pretendente morresse.

A princesa escolhera o mosteiro de Odivelas só provisoriamente, pois tinha os olhos postos no convento de Jesus de Aveiro. Apesar de seu pai lhe ter aconselhado o de santa Clara de Coimbra, ela manteve firmes seus propósitos e entrou no de Aveiro. Aí viveu santamente, dando-se a todos os exercícios religiosos, aos jejuns e penitências constantes e aos trabalhos mais modestos da comunidade, revelando sempre espírito caritativo e tão humilde, que a todos edificava. Imolava seu corpo pela conversão dos pecadores.

Faleceu a 12 de maio de 1490, vítima de cruel doença, cujas dores suportou com invencível paciência. Em Portugal sua festa é celebrada a 12 de maio.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Sábado da 6ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Povo adquirido por Deus, anunciai os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas à sua luz maravilhosa, aleluia (1Pd 2,9).

A prece da comunidade cristã, feita em nome de Jesus ao Pai, nasce da intimidade com ele, a qual envolve o propósito de assumir seus sentimentos e atitudes. Reunidos para celebrar seu mistério pascal, fonte de vida para toda a humanidade, renovemos o compromisso de não excluir ninguém do caminho da salvação.

Primeira Leitura: Atos 18,23-28

Leitura dos Atos dos Apóstolos – 23Paulo permaneceu algum tempo em Antioquia. Em seguida, partiu de novo, percorrendo sucessivamente as regiões da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos os discípulos. 24Chegou a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria. Era homem eloquente, versado nas Escrituras. 25Fora instruído no caminho do Senhor e, com muito entusiasmo, falava e ensinava com exatidão a respeito de Jesus, embora só conhecesse o batismo de João. 26Então, ele começou a falar com muita convicção na sinagoga. Ao escutá-lo, Priscila e Áquila tomaram-no consigo e, com mais exatidão, expuseram-lhe o caminho de Deus. 27Como ele estava querendo passar para a Acaia, os irmãos apoiaram-no e escreveram aos discípulos para que o acolhessem bem. Pela graça de Deus, a presença de Apolo aí foi muito útil aos fiéis. 28Com efeito, ele refutava vigorosamente os judeus em público, demonstrando pelas Escrituras que Jesus é o Messias. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 46(47)

O Senhor é o grande rei de toda a terra.

1. Povos todos do universo, batei palmas, / gritai a Deus aclamações de alegria! / Porque sublime é o Senhor, o Deus altíssimo, / o soberano que domina toda a terra. – R.

2. Porque Deus é o grande rei de toda a terra, / ao som da harpa acompanhai os seus louvores! / Deus reina sobre todas as nações, / está sentado no seu trono glorioso. – R.

3. Os chefes das nações se reuniram / com o povo do Deus santo de Abraão, / pois só Deus é realmente o Altíssimo, / e os poderosos desta terra lhe pertencem! – R.

Evangelho: João 16,23-28

Aleluia, aleluia, aleluia.

Saí do Pai e vim ao mundo, / eu deixo o mundo e vou ao Pai (Jo 16,28). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 23“Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. 24Até agora nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. 25Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora em que não vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai. 26Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, 27pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que eu vim da parte de Deus. 28Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Encontramos, aqui, a essência da fé cristã: Jesus vem do Pai e volta ao Pai, e nos arrasta nesse movimento de ascensão. Então, podemos viver na confiança total em relação a Jesus, a quem expressamos nossas necessidades e súplicas: “O que vocês pedirem a meu Pai em meu nome, ele vai lhes dar”. A oração feita em nome de Jesus nasce de profunda intimidade com ele, com o Pai e com o Espírito Santo. O Espírito, de fato, é quem garante a eficácia de nossa oração, pois não sabemos o que pedir: “É o próprio Espírito que intercede com insistência por nós, com gemidos que não se exprimem” (Rm 8,26). Então, pedir o quê? Tudo o que contribui para a vida individual e comunitária do ser humano e para a comunicação dessa vida a outros. Pedir com a certeza de que vamos receber.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santo Ubaldo, bispo

O nome de Gúbio traz à memória a imagem do manso são Francisco que amansa o temido lobo. Um século antes, outro santo manso e corajoso, trouxera a serenidade à medieval cidadezinha úmbria, amansando lobos muito mais temíveis. Seus biógrafos contam que durante furiosa rixa na cidade, o bispo Ubaldo foi visto atirando-se entre os contendores para fazer a obra de pacificação. Mas não foi poupado, e somente quando caiu ao solo, os concidadãos, arrependidos e confusos, depuseram as armas, unidos finalmente por um mesmo sentimento de veneração para com o amado bispo.

Ubaldo nasceu de família nobre de origem alemã em 1085. Ficou órfão de pai e mãe em tenra idade, foi criado por um tio, que cuidou da educação sobre sólidas bases religiosas. Mas quando tinha pouco mais de 15 anos manifestou o desejo de retirar-se para a solidão a fim de viver como ermitão longe das lisonjas da cidade. Foi o próprio tio a dissuadi-lo, consentindo, porém, que ele fizesse vida comum com os cônegos de são Segundo. Em 1104, foi tirado daí pelo bispo João, que o quis junto de si para confiar-lhe a reforma eclesiástica.

Em 1114, Ubaldo recebeu a ordenação sacerdotal e foi eleito prior da comunidade religiosa acolhida na paróquia de são Mariano, titular da catedral. À primeira comunidade imprimiu novo impulso ascético, baseado no exemplo de são Pedro Damião, que transformara Fonte Avelana em centro exemplar de vida cristã. Para Fonte Avelana dirigiu-se o próprio Ubaldo, depois que um incêndio devastou, em 1126, a catedral e a casa paroquial, dispersando a sua comunidade. Em 1129 o papa Honório II designou-o bispo de Gúbio e lhe conferiu pessoalmente a consagração. Trinta e um anos durou o seu episcopado. Foi pastor manso e previdente, ativíssimo e corajoso. Amado pelo povo pela firmeza com que defendia os fracos contra a arrogância dos feudatários, o bispo Ubaldo soube ganhar o reconhecimento da cidade inteira em 1155, salvando a cidade da ameaça de total destruição da parte de Frederico Barba-roxa. Mas Ubaldo era essencialmente homem de paz: sempre recorria às armas da persuasão, da caridade e da doçura para dobrar os adversários, até os mais obstinados.

Morreu na madrugada do dia 16 de maio de 1160. O sentimento unânime de devoção do povo de Gúbio, que o proclamara seu celeste padroeiro imediatamente depois da morte, antecipou o reconhecimento oficial da Igreja, que o incluiu no álbum dos santos, apenas trinta e dois anos depois, a 5 de março de 1192.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Sexta-feira da 6ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Vós nos redimistes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações, e fizestes de nós um reino e sacerdotes para nosso Deus, aleluia (Ap 5,9s).

A vida é marcada por momentos difíceis e sofrimentos. Fortalecido pelas palavras do Mestre, o cristão se reveste de coragem para caminhar em meio às contrariedades deste mundo, que travam os passos dos que buscam praticar a justiça e a verdade. Celebremos a Páscoa do Senhor, invocando seu Espírito de fortaleza e sabedoria.

Primeira Leitura: Atos 18,9-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Estando Paulo em Corinto, 9uma noite o Senhor disse-lhe em visão: “Não tenhas medo; continua a falar e não te cales, 10porque eu estou contigo. Ninguém te porá a mão para fazer mal. Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence”. 11Assim Paulo ficou um ano e meio entre eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus. 12Na época em que Galião era procônsul na Acaia, os judeus insurgiram-se em massa contra Paulo e levaram-no diante do tribunal, 13dizendo: “Este homem induz o povo a adorar a Deus de modo contrário à Lei”. 14Paulo ia tomar a palavra quando Galião falou aos judeus, dizendo: “Judeus, se fosse por causa de um delito ou de uma ação criminosa, seria justo que eu atendesse a vossa queixa. 15Mas, como é questão de palavras, de nomes e da vossa Lei, tratai disso vós mesmos. Eu não quero ser juiz nessas coisas”. 16E Galião mandou-os sair do tribunal. 17Então todos agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e espancaram-no diante do tribunal. E Galião nem se incomodou com isso. 18Paulo permaneceu ainda vários dias em Corinto. Despedindo-se dos irmãos, embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila. Em Cencreia, Paulo rapou a cabeça, pois tinha feito uma promessa. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 46(47)

O Senhor é o grande rei de toda a terra.

1. Povos todos do universo, batei palmas, / gritai a Deus aclamações de alegria! / Porque sublime é o Senhor, o Deus altíssimo, / o soberano que domina toda a terra. – R.

2. Os povos sujeitou ao nosso jugo / e colocou muitas nações aos nossos pés. / Foi ele que escolheu a nossa herança, / a glória de Jacó, seu bem-amado. – R.

3. Por entre aclamações Deus se elevou, / o Senhor subiu ao toque da trombeta. / Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, / salmodiai, ao som da harpa, ao nosso rei! – R.

Evangelho: João 16,20-23

Aleluia, aleluia, aleluia.

Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos, / para entrar em sua glória (Lc 24,46.26). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Em verdade, em verdade vos digo, vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo. 22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente, e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23Naquele dia, não me perguntareis mais nada”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Jesus retoma o assunto da densa nuvem de tristeza e angústia que invadirá o coração dos discípulos. O motivo é que Jesus lhes dará um “espetáculo” horrível, o de morrer diante deles, como se fosse um fracassado, como se tivesse enganado uma multidão de seguidores. É verdade que a sociedade injusta vai se alegrar, julgando ter destruído o Autor da vida. Entretanto, a ressurreição de Jesus e suas aparições aos amigos reorganizam a realidade: alegria aos discípulos, pois “eles ficaram contentes, porque viram o Senhor” (Jo 20,20). Decepção para os adversários. Com a ressurreição, os discípulos de Jesus passaram a compreender que a dor é fonte de vida. Já não precisam mais fazer perguntas: tudo ficou mais claro, por acreditarem nas Escrituras e nas palavras de Jesus.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Quinta-feira da 6ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Ó Deus, quando saístes com o povo caminhando à sua frente, habitando no meio deles, a terra estremeceu e orvalhou o próprio céu, aleluia (Sl 67,8s.20).

“O Senhor fez conhecer seu poder salvador” mediante a ressurreição do seu Filho. O anúncio de sua morte havia gerado tristeza no coração dos discípulos. Entretanto a presença gloriosa de Jesus os impulsionou a anunciar sua mensagem com audácia e destemor. À semelhança dos primeiros seguidores de Cristo, somos chamados a transformar a sociedade em que vivemos.

Primeira Leitura: Atos 18,1-8

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto. 2Aí encontrou um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que acabava de chegar da Itália, e sua esposa, Priscila, pois o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo entrou em contato com eles. 3E, como tinham a mesma profissão – eram fabricantes de tendas -, Paulo passou a morar com eles e trabalhavam juntos. 4Todos os sábados, Paulo discutia na sinagoga, procurando convencer judeus e gregos. 5Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à Palavra, testemunhando diante dos judeus que Jesus era o Messias. 6Mas, por causa da resistência e blasfêmias deles, Paulo sacudiu as vestes e disse: “Vós sois responsáveis pelo que acontecer. Eu não tenho culpa; de agora em diante, vou dirigir-me aos pagãos”. 7Então, saindo dali, Paulo foi para a casa de um pagão, um certo Tício Justo, adorador do Deus único, que morava ao lado da sinagoga. 8Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com toda a sua família; e muitos coríntios que escutavam Paulo acreditavam e recebiam o batismo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 97(98)

O Senhor fez conhecer seu poder salvador / perante as nações.

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.

2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.

3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.

Evangelho: João 16,16-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu não vos deixarei órfãos: / eu irei, mas voltarei, e o vosso coração muito há de se alegrar (Jo 14,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Pouco tempo ainda e já não me vereis. E outra vez pouco tempo e me vereis de novo”. 17Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo e não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis de novo’, e: ‘Eu vou para junto do Pai’?” 18Diziam, pois: “O que significa esse pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. 19Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então, disse-lhes: “Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis’? 20Em verdade, em verdade vos digo, vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará. Vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Jesus, aos poucos, vai preparando seus discípulos para a hora da prova que ele deverá enfrentar: sua paixão e morte. Faz referência a choro, lamentações e angústia. Alegria para a sociedade injusta, que imaginava ter eliminado a quem considerava “malfeitor”. Jesus, porém, deixa para trás a morte, o sepulcro, e zomba dos planos dos malvados. Ressuscita glorioso e restitui aos discípulos a esperança e a alegria. De fato, ao ressurgir dos mortos, Jesus se apresenta às mulheres no caminho e aos discípulos reunidos, com a eufórica saudação: “A paz esteja com vocês”. A presença e a ação do Espírito Santo na comunidade há de transformar a vida deles: de medrosos a corajosos; de tristes a alegres e dispostos a dar a vida pelo Senhor Jesus (cf. At 5,41).(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

São Pacômio, abade

A extraordinária vida dos eremitas, com suas mortificações às vezes excessivas e com o acúmulo e sobrecarga de abstinências, jejuns, vigílias seria na realidade a tradução prática do Evangelho? Sua solidão podia de fato esconder as insídias do orgulho? Para eliminar este perigo, um monge egípcio do século IV, são Pacômio, teve a ideia de nova forma de vida monástica: o cenobitismo ou vida comum, em que a disciplina e a autoridade substituíam a anarquia dos anacoretas.

Ele educou os seus discípulos na vida em comum, constituindo pouco distante das margens do Nilo a primeira “Koinonia”, comunidade cristã, nos moldes da fundada pelos apóstolos em Jerusalém, baseada na comunhão de oração, de trabalho e de refeição, e concretizada no serviço recíproco. O documento fundamental que regulava esta vida era a Sagrada Escritura, que o monge decorava e recitava-a em silêncio (ou em voz baixa) enquanto trabalhava em serviços manuais. Essa era também a principal forma de oração: contato com Deus mediante o sacramento da Palavra.

Pacômio nasceu no Alto Egito, no ano 287, de pais pagãos. Engajado à força no exército imperial com a idade de vinte anos, acabou prisioneiro em Tebas com todos os recrutas. Protegidos pela escuridão, alguns cristãos levaram-lhes comida. O gesto dos desconhecidos comoveu Pacômio, que lhes perguntou quem os havia levado a fazer aquilo. “O Deus dos céus”, foi a resposta dos cristãos. Naquela noite Pacômio orou ao Deus dos cristãos pedindo que o livrasse das correntes, comprometendo-se em troca dedicar-lhe a própria vida ao seu serviço. Obtida a liberdade, cumpriu a promessa agregando-se a uma comunidade cristã de um povoado do sul, o atual Kasr-es-Sayad, onde teve a instrução necessária ao batismo.

Durante algum tempo conduziu vida de asceta, dedicando-se ao serviço da gente do lugar, depois se submeteu à guia de velho monge, Palamon, por sete anos. Durante um intervalo de solidão no deserto, uma voz misteriosa convidou-o a fixar sua morada naquele lugar, ao qual logo teriam vindo numerosos discípulos. Na época de sua morte os mosteiros masculinos já eram nove, mais um feminino. Ficou desconhecido o lugar da sepultura do santo, pois no seu leito de morte fez o discípulo Teodoro prometer que esconderia seu corpo para evitar que sobre o seu túmulo se construísse igreja, imitando o costume de construir capelas sobre a sepultura dos mártires.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Quarta-feira da 6ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Eu vos louvarei, Senhor, entre os povos e anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia (Sl 17,50; 21,23).

Reunidos em nome do Senhor, por meio do qual “vivemos, nos movemos e existimos”, vamos celebrar o mistério pascal de Cristo, desejosos de compreender sempre mais a mensagem da sua ressurreição. Com esse propósito, caminhemos rumo à “plena verdade”, para dialogarmos, como Paulo no areópago, com todas as culturas e realidades atuais deste mundo.

Primeira Leitura: Atos 17,15.22-18,1

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 15os que conduziram Paulo levaram-no até Atenas. De lá, voltando, transmitiram a Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. E partiram. 22De pé, no meio do areópago, Paulo disse: “Homens atenienses, em tudo eu vejo que vós sois extremamente religiosos. 23Com efeito, passando e observando os vossos lugares de culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem, esse Deus que vós adorais sem conhecer é exatamente aquele que eu vos anuncio. 24O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe; sendo Senhor do céu e da terra, ele não habita em santuários feitos por mãos humanas. 25Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é ele que dá a todos vida, respiração e tudo o mais. 26De um só homem ele fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, tendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação. 27Assim fez, para que buscassem a Deus e para ver se o descobririam, ainda que às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, 28pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dentre vossos poetas: ‘Somos da raça do próprio Deus’. 29Sendo, portanto, da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante a ouro, prata ou pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. 30Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam, 31pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça por meio do homem que designou diante de todos, oferecendo uma garantia, ao ressuscitá-lo dos mortos”. 32Quando ouviram falar da ressurreição dos mortos, alguns caçoavam e outros diziam: “Nós te ouviremos falar disso em outra ocasião”. 33Assim Paulo saiu do meio deles. 34Alguns, porém, uniram-se a ele e abraçaram a fé. Entre eles estava também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com eles. 18,1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 148

Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

1. Louvai o Senhor Deus nos altos céus, / louvai-o no excelso firmamento! / Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, / louvai-o, legiões celestiais! – R.

2. Reis da terra, povos todos, bendizei-o, / e vós, príncipes e todos os juízes; / e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, / anciãos e criancinhas, bendizei-o! – R.

3. Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, / porque somente o seu nome é excelso! / A majestade e esplendor de sua glória / ultrapassam em grandeza o céu e a terra. – R.

4. Ele exaltou seu povo eleito em poderio, / ele é o motivo de louvor para os seus santos. / É um hino para os filhos de Israel, / este povo que ele ama e lhe pertence. – R.

Evangelho: João 16,12-15

Aleluia, aleluia, aleluia.

Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro Paráclito, / que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Os discípulos não estão em condições de compreender muitas coisas que Jesus teria a comunicar-lhes; tampouco podem assimilar o sentido profundo de sua morte. Só a entenderão após sua ressurreição (cf. Jo 2,22; 12,16). Quem vai auxiliá-los nessa tarefa é o Espírito Santo, que dirá toda a verdade que recebeu de Jesus: “Vai receber do que é meu e comunicará a vocês”. Receber de Jesus é como receber do Pai, pois “todas as coisas que o Pai tem são minhas”, afirmou Jesus. Desse modo, os discípulos de Jesus não ficam órfãos ou desamparados, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo estarão presentes e atuantes na vida e na missão de todo cristão. Basta que estes estejam abertos aos sinais dos tempos e ao Espírito Santo que os interpreta.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

São Vítor, mártir

Se o apelido não corresse o risco de parecer muito leviano e irreverente, poderíamos dizer que santo Ambrósio foi um dos mais eficazes “reconhecedores de talentos” da história. Escavando, literalmente, a história de Milão, encontrou nela personagens ilustres, que honravam a diocese pela qual, tão inesperadamente, tornou-se o responsável. E como um bom “reconhecedor de talentos” sabia também lançar as suas descobertas com todos os meios da publicidade então disponíveis, de modo especial através das festas populares, dos hinos sagrados e dos monumentos. Uma das descobertas de santo Ambrósio é precisamente são Vítor, de quem ele falou longamente na Explanação do evangelho de Lucas e no hino Os piedosos Vítor, Nabor e Félix. A outra fonte histórica, da qual tiramos a vida e sobretudo o martírio de são Vítor, são as Atas, que remontam ao século VIII.

Vítor, Nabor e Félix eram soldados provenientes da Mauritânia e hospedados em Milão. Levados, como outros companheiros seus de milícia e de fé, a fazer escolha entre o imperador e Deus, sua escolha foi clara e decidida. Mas sua objeção de consciência só lhe proporcionou a prisão. Após lhe haver feito passar seis dias sem comer e sem beber para debilitar-lhe a resistência, foi arrastado ao hipódromo do circo (junto à atual Porta Ticinense): não obstante o interrogatório ter sido feito pelo próprio Maximiano Hercúleo e por seu conselheiro Anulino, Vítor permaneceu firme na decisão de não sacrificar aos ídolos, resolução que manteve também após severa flagelação. Transportado ao cárcere, onde está hoje a Porta Romana, são Vítor foi ulteriormente atormentado: despejaram-lhe chumbo derretido nas feridas, mas a forte fibra do soldado africano ainda assim não enfraqueceu.

Um dia, aproveitando a distração dos carcereiros, conseguiu fugir e foi refugiar-se numa estrebaria situada nas proximidades de um teatro, lá onde se encontra hoje a Porta Vercelina. Mas a estas alturas sua peregrinação estava acabada: descoberto, foi levado a um bosque de olmo, que estava perto, e ali foi decapitado. O seu corpo ficou sem sepultura durante uma semana, mas o bispo são Materno o encontrou ainda intacto e fielmente vigiado por duas feras.

Foi-lhe então edificado um túmulo suntuoso, ao lado do qual santo Ambrósio quis que fosse sepultado seu irmão Sátiro. São Vítor é dos santos mais caros aos milaneses, que lhe edificaram igrejas, monumentos e mais tristemente célebre é… o cárcere de são Vítor. Não é por acaso o patrono dos prisioneiros e exilados.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS