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Evangelho do dia

Terça-feira da 5ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Louvai o nosso Deus, todos os seus servos e todos os que o temeis, pequenos e grandes, pois chegou a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, aleluia (Ap 19,5; 12,10).

Jesus ressuscitado oferece aos seus discípulos uma paz que não é a aparente paz dos regimes políticos. Ao contrário, trata-se daquela paz que, em meio aos conflitos, subsiste e encoraja os seguidores de Cristo a perseverar na busca dos valores do Reino de Deus. Celebrando a Páscoa do Senhor, deixemo-nos envolver pela paz divina e, como comunidade sinodal, anunciemos seu nome glorioso.

Primeira Leitura: Atos 14,19-28

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 19de Antioquia e Icônio chegaram judeus que convenceram as multidões. Então apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20Mas, enquanto os discípulos o rodeavam, Paulo levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé. 21Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecerem firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado. 24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a Palavra em Perge e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. 27Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos. 28E passaram então algum tempo com os discípulos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 144(145)

Ó Senhor, vossos amigos anunciem / vosso Reino glorioso.

1. Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, / e os vossos santos com louvores vos bendigam! / Narrem a glória e o esplendor do vosso reino / e saibam proclamar vosso poder! – R.

2. Para espalhar vossos prodígios entre os homens / e o fulgor de vosso reino esplendoroso. / O vosso reino é um reino para sempre, / vosso poder, de geração em geração. – R.

3. Que a minha boca cante a glória do Senhor † e que bendiga todo ser seu nome santo, / desde agora, para sempre e pelos séculos. – R.

Evangelho: João 14,27-31

Aleluia, aleluia, aleluia.

Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos, / para entrar em sua glória, aleluia (Lc 24,46.26). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31mas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Jesus se despede de seus discípulos. Conhece os passos da paixão e morte que em breve vai enfrentar. Alguma  angústia decerto lhe invade o coração. Afinal, está para chegar o “chefe deste mundo”, isto é, a sociedade injusta que, por meio de seus representantes políticos e religiosos, vai prender e matar Jesus. Sua morte, porém, não será vitória do inimigo, mas cumprimento do projeto do Pai, prova de amor e obediência a ele. O momento não se presta para longas conversas. Ainda assim, Jesus reserva para seus discípulos o dom da paz: “Eu lhes dou a minha paz”. Sua paz é portadora de serenidade e afasta todo temor. Os discípulos não precisam se perturbar com o afastamento de Jesus, pois sua partida coincide com um novo modo seu de estar presente, pois enviará o Espírito Santo.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

São Pio V, papa

Lembrado principalmente como papa da vitória de Lepanto, não porque fosse homem belicoso, mas porque com a sua autoridade e com o seu prestígio pessoal conseguiu impor trégua nas rixas caseiras dos Estados europeus e levá-los a formar a “santa aliança” para enfrentar o ameaçador avanço dos turcos. A sete de outubro de 1571, a frota cristã impôs nas águas de Lepanto uma derrota definitiva à esquadra turca. Naquele mesmo dia Pio V, que não dispunha dos meios de comunicações atuais, ordenou que se tocassem os sinos de Roma convidando todos os fiéis a agradecer a Deus a vitória obtida.

Miguel Ghisleri, eleito papa em 1566 com o nome de Pio V, nasceu em Bosco Marengo, na província de Alexandria em 1504. Aos 14 anos ingressara nos dominicanos. Após a ordenação sacerdotal, subiu rapidamente todos os degraus de excepcional carreira: professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e em Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi, papa. O título de inquisidor pode torná-lo antipático ao homem de hoje, que da inquisição tem conceito frequentemente deformado pelas narrações superficiais. Na verdade Pio V foi papa um tanto sacrificado, como sacrificados são todos os reformadores dos costumes. Mas é título de merecimento para ele o ter debelado a simonia da Cúria romana e o nepotismo. Aos numerosos parentes que foram a Roma com a esperança de algum privilégio, Pio V disse que um parente do papa pode considerar-se bastante rico se não estiver na miséria.

Entre as reformas no campo pastoral, por ele promovidas sob influxo do concílio de Trento, relembramos a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos bispos, o incremento das missões, a correção dos livros litúrgicos e a censura sobre as publicações. A rígida disciplina que o santo impôs à Igreja fora norma constante de sua própria vida. Primeiro como bispo e cardeal, depois como papa, atuava conforme ideal ascético do frade mendicante.

Condescendente com os humildes, paternal com a gente simples, mas inflexível e severo com todos os que comprometiam a unidade da Igreja, não titubeou em excomungar e decretar a destituição da rainha da Inglaterra, Elisabete I, embora consciente das trágicas consequências que poderiam resultar deste gesto para os católicos ingleses. Pio V morreu a 1º de maio de 1572 aos sessenta e oito anos. Foi canonizado em 1712. O novo calendário fixou a sua memória a 30 de abril. Até agora era celebrada a 5 de maio.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Segunda-feira da 5ª Semana da Páscoa

SANTA CATARINA DE SENA

VIRGEM E DOUTORA DA IGREJA

(branco, pref. pascal ou das virgens – ofício da memória)

Esta é uma das virgens sábias e prudentes, que foi ao encontro de Cristo com sua lâmpada acesa, aleluia.

Catarina nasceu na Itália em 1347 e lá faleceu no ano 1380. Aos 16 anos, abandonou o luxo da nobreza e ingressou na Ordem Terceira de São Domingos, na qual levou uma vida austera de serviço aos doentes e encarcerados. Tendo aprendido a escrever apenas na idade adulta, ditava suas cartas e as enviava ao papa, a bispos e reis, gerando mudanças sociais e políticas. Muito se empenhou pelo retorno do papa de Avinhão, na França, para Roma. Embalada por sua íntima união com Deus, deixou-nos grandes escritos místicos. Aprendamos com essa santa doutora a aplicar nossos talentos em favor do dinamismo da Igreja.

Primeira Leitura: Atos 14,5-18

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, em Icônio, 5pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes, estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé. 6Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram e foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e seus arredores. 7Aí começaram a anunciar o Evangelho. 8Em Listra havia um homem paralítico das pernas, que era coxo de nascença e nunca fora capaz de andar. 9Ele escutava o discurso de Paulo. E este, fixando nele o olhar e notando que tinha fé para ser curado, 10disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre os teus pés”. O homem deu um salto e começou a caminhar. 11Vendo o que Paulo acabara de fazer, a multidão exclamou em dialeto licaônico: “Os deuses desceram entre nós em forma de gente!” 12Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio, porque era Paulo quem falava. 13Os sacerdotes de Júpiter, cujo templo ficava defronte à cidade, levaram à porta touros ornados de grinaldas e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios. 14Ao saberem disso, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes e foram para o meio da multidão, gritando: 15“Homens, o que estais fazendo? Nós também somos homens mortais como vós e vos estamos anunciando que precisais deixar esses ídolos inúteis para vos converterdes ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe. 16Nas gerações passadas, Deus permitiu que todas as nações seguissem o próprio caminho. 17No entanto, ele não deixou de dar testemunho de si mesmo através de seus benefícios, mandando do céu chuvas e colheitas, dando alimento e alegrando vossos corações”. 18E assim falando, com muito custo, conseguiram que a multidão desistisse de lhes oferecer um sacrifício. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 113B(115)

Não a nós, ó Senhor, não a nós, / ao vosso nome, porém, seja glória.

1. Não a nós, ó Senhor, não a nós, † ao vosso nome, porém, seja a glória, / porque sois todo amor e verdade! / Por que hão de dizer os pagãos: / “Onde está o seu Deus, onde está?” – R.

2. É nos céus que está o nosso Deus, / ele faz tudo aquilo que quer. / São os deuses pagãos ouro e prata, / todos eles são obras humanas. – R.

3. Abençoados sejais do Senhor, / do Senhor que criou céu e terra! / Os céus são os céus do Senhor, / mas a terra ele deu para os homens. – R.

Evangelho: João 14,21-26

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito Santo, o Paráclito, / haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado, aleluia! (Jo 14,26) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 21“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”. 22Judas – não o Iscariotes – disse-lhe: “Senhor, como se explica que te manifestarás a nós e não ao mundo?” 23Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Só ama a Jesus quem aceita e cumpre seus mandamentos, que se resumem no seguinte: “Assim como eu amei vocês, que vocês se amem uns aos outros” (Jo 13,34). Ao amar o próximo, o cristão torna concreto seu amor a Jesus. Portanto, o amor verdadeiro não é somente interior, mas visível, traduzido em ações concretas. Quando se põe nessa dinâmica do amor, a pessoa amplia seu raio de relacionamentos: é amada por Jesus e pelo Pai, que nela fazem sua morada. Essa rede de amor é já presença do Espírito Santo, prometido por Jesus (cf. Jo 7,39) e enviado pelo Pai, de tal modo que a Igreja e cada fiel se tornam “templo do Espírito Santo” (cf. Ef 2,19-22; 1Cor 6,19). O Espírito Santo vem com missão definida: ensinar todas as coisas e lembrar tudo o que Jesus comunicou.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja

O que mais se admira na vida de santa Catarina de Sena não é tanto o papel incomum que ela teve na história de seu tempo quanto a maneira singularmente feminina com a qual desenvolveu este papel. Ao papa, que ela chamava com o nome de “doce Cristo na terra”, reprovava pela escassa coragem e convidava-o a abandonar Avignon para voltar a Roma, com palavras delicadíssimas como estas: “Eia, virilmente, pai! Eu lhe digo que não precisa temer”. A um jovem condenado à morte, que ela acompanhou até ao patíbulo, disse no último instante: “Giuso! às núpcias, meu doce irmão; logo estará na vida eterna”.

Quando se sentava à mesa com seus discípulos, prestava atenção para não suscitar os ciúmes de alguém e não raramente, como faz a mãe com a criança melindrosa, dava um bocado com a sua própria colher a quem se sentia por ela esquecido. Depois a voz submissa da mulher mudava de tom e se traduzia frequentemente naquele: “eu quero”, que não admitia hesitações quando se tratava do bem da Igreja ou da concórdia dos cidadãos.

Nasceu em Sena a 25 de março de 1347, vigésima quarta filha de Tiago e Lapa Benincasa. Aos sete anos celebrou o matrimônio místico com Cristo. Que isto não foi fruto de fantasias infantis, mas o início de extraordinária experiência mística, logo se pôde averiguar. Aos quinze anos Catarina começava a fazer parte da Ordem Terceira de são Domingos iniciando vida de penitência e extremado rigor. Para vencer a repugnância para com um leproso que cheirava mal, inclinou-se e beijou-lhe as chagas.

Analfabeta, começou a ditar a vários amanuenses as suas cartas, profundas e sábias, endereçadas a papas, reis e líderes como também ao povinho humilde. O seu corajoso empenho social e político suscitou não poucas perplexidades entre seus próprios superiores e foi obrigada a comparecer ao capítulo geral dos dominicanos, reunido em Florença em maio de 1377, para prestar esclarecimentos de sua conduta.

Em Sena, no recolhimento de sua cela, ditou o Diálogo sobre a Divina Providência para render a Deus o seu último canto de amor. Respondeu ao apelo de Urbano VI com quem estava aliada desde o início do grande cisma, porque o papa a quis em Roma naquele momento de grave confusão. Aí ficou doente e, cercada de seus numerosos discípulos, aos quais recomendou somente que se amassem uns aos outros, entregou sua alma a Deus. Era o dia 29 de abril de 1380. Fazia um mês que cumprira 33 anos. Foi canonizada a 29 de abril de 1461. Em 1939 foi declarada padroeira principal da Itália juntamente com são Francisco de Assis. No dia 4 de outubro de 1970 Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

5º Domingo da Páscoa

(branco, glória, creio – 1ª semana do saltério)

Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas! Aos olhos das nações revelou sua justiça, aleluia! (Sl 97,1s)

Cantemos as maravilhas de Deus unidos a Jesus, a Videira da qual recebemos a seiva do Espírito que nutre a nossa vida cristã. Vivendo em Cristo, tornamo-nos ramos sadios e aptos a produzir bons frutos. A participação na Eucaristia nos anime a guardar os mandamentos, para que Deus permaneça em nós e nós nele, glorificando-o com nossas ações.

Primeira Leitura: Atos 9,26-31

A Palavra de Deus nos convida a testemunhar a fé no Ressuscitado e viver o amor fraterno, unidos a Cristo como ramos à videira.

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 26Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo. 27Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. 28Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo. 30Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesareia e daí o mandaram para Tarso. 31A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 21(22)

Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia!

1. Sois meu louvor em meio à grande assembleia; / cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! / Vossos pobres vão comer e saciar-se, † e os que procuram o Senhor o louvarão. / “Seus corações tenham a vida para sempre!” – R.

2. Lembrem-se disso os confins de toda a terra, / para que voltem ao Senhor e se convertam, / e se prostrem, adorando, diante dele / todos os povos e as famílias das nações. / Somente a ele adorarão os poderosos, / e os que voltam para o pó o louvarão. – R.

3. Para ele há de viver a minha alma, / toda a minha descendência há de servi-lo; / às futuras gerações anunciará / o poder e a justiça do Senhor; / ao povo novo que há de vir, ela dirá: / “Eis a obra que o Senhor realizou!” – R.

Segunda Leitura: 1 João 3,18-24

Leitura da primeira carta de São João – 18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus, e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. – Palavra do Senhor.

Evangelho: João 15,1-8

Aleluia, aleluia, aleluia.

Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor; / quem em mim permanece, esse dá muito fruto (Jo 15,4s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira, e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

O discurso do capítulo 15 de João inicia com a imagem da videira e dos ramos. Jesus é a videira, os discípulos são os ramos, e o Pai é o agricultor. Há um verbo que domina esse texto do início ao fim: permanecer. Os ramos não têm vida autônoma e, desligados do tronco, secam e não produzem nada. Assim Jesus compara a vida da comunidade cristã: “Eu sou a videira e vocês são os ramos”. O autêntico cristão está unido a Cristo, fonte de seiva e vida. O motivo da união com Jesus é produzir frutos do Reino de Deus. Não merece o nome de cristão quem não produz frutos de amor, justiça e solidariedade. Nisto o “Pai é glorificado”: que produza frutos. O “Pai é o agricultor” que realiza a poda: o ramo que não dá fruto é cortado, e o discípulo que produz é cuidado para que produza mais ainda. A alternativa que Jesus apresenta é clara: estar unido a ele e produzir frutos ou ser cortado e desligado. O Pai (o agricultor) se encarrega da árdua tarefa de remover os ramos secos; a comunidade (os ramos) pode colaborar, mas não assumir o papel do “agricultor”. Sintetizando, o Evangelho apresenta a dupla missão do cristão: permanecer em Jesus e produzir os mesmos frutos que ele.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santa Zita, virgem

Lucca, onde Zita exerceu durante quase trinta anos o humilde ofício de doméstica, elegeu-a sua padroeira. Desde os tempos de Dante, que a cita em sua Comédia, trinta anos após a sua morte, o seu nome e o da cidade toscana são uma só coisa: falando de magistrado de Lucca, Dante, ou melhor, um diabo preto, limita-se a identificá-lo como um “ancião de santa Zita”. Zita nasceu em 1218 em Monsagrati, povoado nas proximidades de Lucca. Vinha de família humilde de camponeses, cujas meninas, para adquirirem dote e, o mais das vezes, para não ser um peso para a família, eram colocadas a serviço em uma família da cidade.

Antes das atuais conquistas sociais, a profissão de doméstica equivalia a “servidão”. Zita, com apenas doze anos de idade, foi posta a serviço da família luquense dos Fatinelli e aceitou com serenidade a sua condição social. Por amor a ele tolerava qualquer indelicadeza, seja da parte dos patrões, que no começo trataram-na com injustificada severidade, seja da parte de suas colegas de trabalho, enciumadas por seu zelo e por seu desinteresse total.

Era generosa nas esmolas aos pobres que batiam à porta da rica morada dos Fatinelli, mas dava da sua parte, pois vivia com muita parcimônia e as economias que punha à parte eram como tantos riachos que irrigavam as áridas plagas do abandono e da injustiça. Conta-se que uma companheira de trabalho, invejosa da estima que Zita tinha sabido conquistar (após as primeiras humilhantes provações, foi-lhe confiada a direção da casa), acusara ao patrão de dar muitas coisas aos pobres. De fato um dia Zita foi surpreendida enquanto saía de casa com o avental cheio para visitar uma família necessitada. À pergunta do patrão respondeu que levava flores e folhagens. E deixando livres as pontas do avental, uma chuva de flores caiu aos seus pés.

Sua vida foi toda um símbolo florido de virtudes cristãs provando que em qualquer condição social existe lugar para a atuação dos conselhos evangélicos. Suas virtudes impunham a admiração de todos os que dela se aproximavam e, após a morte, 27 de abril de 1278, imprimiram uma força irresistível à devoção popular. O seu túmulo na basílica de são Frediano, que ainda guarda o seu corpo, conservado incorrupto até a última exumação efetuada em 1652, sempre foi meta de peregrinações. O seu culto foi solenemente aprovado a 5 de setembro de 1696, por Inocêncio XII. Pio XII proclamou-a patrona das domésticas.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Sábado da 4ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Povo adquirido por Deus, anunciai os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas à sua luz maravilhosa, aleluia (1Pd 2,9).

No rosto de Jesus, contemplamos a face humana de Deus, que se revela em sua ação salvadora. Caminhando “cheios de alegria e do Espírito Santo”, sigamos confiantes o Senhor ressuscitado, sem temer os que se levantam contra seu projeto de amor, e em seu nome celebremos com alegria esta grande ação de graças ao Pai.

Primeira Leitura: Atos 13,44-52

Leitura dos Atos dos Apóstolos – 44No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a Palavra de Deus. 45Ao verem aquela multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e, com blasfêmias, opunham-se ao que Paulo dizia. 46Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: “Era preciso anunciar a Palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que nos vamos dirigir aos pagãos. 47Porque esta é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra’”. 48Os pagãos ficaram muito contentes quando ouviram isso e glorificavam a Palavra do Senhor. Todos os que eram destinados à vida eterna abraçaram a fé. 49Desse modo, a Palavra do Senhor espalhava-se por toda a região. 50Mas os judeus instigaram as mulheres ricas e religiosas, assim como os homens influentes da cidade, provocaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. 51Então os apóstolos sacudiram contra eles a poeira dos pés e foram para a cidade de Icônio. 52Os discípulos, porém, ficaram cheios de alegria e do Espírito Santo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 97(98)

Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus.

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, / porque ele fez prodígios! / Sua mão e o seu braço forte e santo / alcançaram-lhe a vitória. – R.

2. O Senhor fez conhecer a salvação, / e às nações, sua justiça; / recordou o seu amor sempre fiel / pela casa de Israel. – R.

3. Os confins do universo contemplaram / a salvação do nosso Deus. / Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / alegrai-vos e exultai! – R.

Evangelho: João 14,7-14

Aleluia, aleluia, aleluia.

Se guardais minha Palavra, diz Jesus, / realmente vós sereis os meus discípulos (Jo 8,31s). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 7“Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai; 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

É comovente a maneira familiar com que Jesus fala do Pai. Ele insiste em sua total identificação com o Pai: “Quem me vê, está vendo o Pai”. Jesus é a imagem visível do Deus invisível. Ele é o revelador pessoal do Pai. Quem entra em comunhão com Jesus, entra em comunhão com o Pai. As obras que Jesus realiza são as obras do Pai. Ora, as obras de Deus estão voltadas para o bem do ser humano. O Pai é doador da vida; o Filho também é doador da vida e, como extremo ato de amor, entrega sua vida morrendo na cruz. Os discípulos de Jesus são os continuadores de sua obra. Jesus deixa-lhes o campo aberto para obras semelhantes e ainda maiores que as suas: “Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará obras maiores do que estas”.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santos Anacleto e Marcelino, papas

Santo Anacleto teve destino singular: desdobrado em duas pessoas distintas. Cleto e Anacleto, havia duas festas no Martirológio Romano, respectivamente a 26 de abril e 13 de julho. O engano, que passou também pelo célebre cuidadoso Barônio, parece ter sido de copista que teria visto abreviado em alguma lista dos papas o nome de Anacleto por Cleto, julgou dever reinserir o nome apagado de Anacleto sem excluir a abreviatura. Baseando-se nos estudos do Duchesne, a orientação atual é que Anacleto e Cleto são uma só pessoa: por isso a Congregação dos Ritos em 1960 aboliu a festa de 13 de julho, deixando só a de 26 de abril.

Mais severos ainda foram os compiladores do novo calendário: “A memória dos santos Cleto e Marcelino, introduzida no Calendário romano no século XIII, está cancelada. Ignora-se o dia da deposição de são Cleto, que não parece tenha sido mártir; igualmente discutida é a deposição de são Marcelino, que morreu no ano 304, quando a perseguição de Diocleciano estava no auge do seu rigor”. Embora não tenha sido mártir, Anacleto, de origem ateniense, foi papa de 79 a 90, tornou-se benemérito por ter edificado uma memória, isto é, um sepulcro, a são Pedro, junto ao qual ele mesmo foi sepultado.

O caso de são Marcelino é exatamente o contrário, pois tentaram fazer dele e de são Marcelo uma única pessoa. Sobre são Marcelo já falamos no dia 16 de janeiro. O Martirológio Romano lembra são Marcelino, além de 26 de abril também em 25 de outubro, comemorando “o natal de são Marcelino, papa e mártir, o qual sob Maximiano, juntamente com Cláudio, Cirino e Antonino, pela fé em Cristo foi decapitado…”.

Na realidade, parece que está fora de dúvida que a qualificação do martírio foi reconhecida a são Marcelino por finalidades apologéticas: no século V difundia-se uma lenda de origem donatista que caluniava a sua memória, dizendo que ele teria cedido à perseguição, “entregando” os livros sagrados, e tinha sido por isso “traidor”. Já santo Agostinho reagira contra a calúnia, mas como as fofocas continuavam, com recurso que está bem longe da nossa sensibilidade moderna, mas que então era perfeitamente compreensível, admitiu-se a “queda” de são Marcelino, que depois teria se redimido, enfrentando o martírio: efeitos da opinião pública! Nada mais sabemos ao certo nem de sua morte, nem de sua vida, senão que foi papa entre 296 e 304-305 e foi sepultado no cemitério de Priscila, perto do mártir Crescêncio.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Sexta-feira da 4ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Vós nos redimistes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações, e fizestes de nós um reino e sacerdote para nosso Deus, aleluia (Ap 5,9s).

A promessa se cumpriu! Jesus ressuscitou dos mortos e é o Caminho para que a humanidade chegue até Deus, a Verdade que liberta da ilusão do pecado e a Vida que não tem fim. Em Cristo temos a certeza de encontrarmos morada na casa do Pai e consolação durante nossa peregrinação rumo aos céus.

Primeira Leitura: Atos 13,26-33

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26“Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados. 28Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num túmulo. 30Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: ‘Tu és o meu filho, eu hoje te gerei’”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 2

Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

1. “Fui eu mesmo que escolhi este meu rei / e, em Sião, meu monte santo, o consagrei!” / O decreto do Senhor promulgarei, † foi assim que me falou o Senhor Deus: / “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!” – R.

2. Podes pedir-me e, em resposta, eu te darei † por tua herança os povos todos e as nações, / e há de ser a terra inteira o teu domínio. / Com cetro férreo haverás de dominá-los / e quebrá-los como um vaso de argila! – R.

3. E agora, poderosos, entendei; / soberanos, aprendei esta lição: / com temor servi a Deus, rendei-lhe glória / e prestai-lhe homenagem com respeito! – R.

Evangelho: João 14,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.

Sou o caminho, a verdade e a vida; / ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14,6). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

A certeza da iminente morte de Jesus deixa os apóstolos desconsolados e inseguros. Jesus os conforta. Garante-lhes que sua morte não é o fim de tudo. Não há razão para tristeza. Ele jamais abandona seus discípulos. Está voltando ao Pai, é verdade, mas continua presente na vida e na missão de seus seguidores. Mais: vai reservar um ambiente glorioso para os que permanecem fiéis ao seu projeto de amor e vida para todos. Essa foi a missão de Jesus; será também essa a tarefa para seus discípulos e discípulas. E não lhes faltará a constante ajuda do Mestre e Senhor: “O que vocês pedirem em meu nome, eu vou fazer, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14,13). A exigência de Jesus é que sejam fiéis a ele, único caminho que conduz ao Pai: “Ninguém chega ao Pai, a não ser por mim”.(Dia a dia com o Evangelho 2024)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

São Marcos, evangelista

Nos livros do Novo Testamento, Marcos é lembrado dez vezes, com o nome hebraico de João, com o nome romano de Marcos ou com o duplo nome de João Marcos. Para alguns estudiosos deveríamos distinguir dois ou mesmo três Marcos. Nós, a esta altura, aceitamos a opinião mais comum, isto é, a de um só Marcos, filho daquela Maria em cuja casa reuniam-se os primeiros cristãos de Jerusalém e onde foi se refugiar o próprio Pedro após a libertação prodigiosa do cárcere.

Marcos, judeu de origem, nasceu provavelmente fora da Palestina, de família abastada. São Pedro, que o chama “meu filho’’, o teve certamente consigo em suas viagens a Roma, onde Marcos escrevera o Evangelho. A antiguidade cristã, a começar por Pápias († 130), chama-o “intérprete de Pedro”. “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu exatamente tudo aquilo de que se lembrava. Escreveu, porém, o que o Senhor disse ou fez, não segundo uma ordem. Marcos não ouviu diretamente o Senhor, nem o acompanhou; ele ouviu são Pedro, que dispunha seus ensinamentos conforme as necessidades”.

Além da familiaridade com são Pedro, o evangelista Marcos pôde orgulhar-se de longa convivência com o apóstolo são Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez em 44, quando Paulo e Barnabé levaram a Jerusalém a generosa coleta da comunidade de Antioquia. De volta, Barnabé levou consigo o jovem sobrinho Marcos. Após a evangelização de Chipre, quando Paulo planejou uma viagem mais trabalhosa e arriscada ao coração da Ásia Menor, entre as populações pagãs do Tauro, Marcos — conforme lemos nos Atos dos Apóstolos — “se separou de Paulo e Barnabé e voltou a Jerusalém”. Depois Marcos voltou ao lado de Paulo quando este estava prisioneiro em Roma.

Em 66 são Paulo nos dá a última informação sobre Marcos, escrevendo da prisão romana a Timóteo: “Traga Marcos contigo. Posso necessitar de seus serviços”. Os dados cronológicos da vida de são Marcos permanecem duvidosos. Ele morreu provavelmente em 68 de morte natural, segundo uma tradição e, conforme outra tradição, foi mártir em Alexandria. As Atas de Marcos, escrito da metade do século IV, referem que Marcos, no dia 24 de abril, foi arrastado pelos pagãos pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço. Jogado ao cárcere, no dia seguinte, sofreu o mesmo tormento atroz e sucumbiu. A venda do seu corpo por dois comerciantes e mercadores de Veneza não passa de lenda (828). Porém, é graças a essa lenda que, de 976 a 1071, foi construída a estupenda basílica veneziana dedicada ao autor do segundo Evangelho, simbolizado pelo Leão.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS