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Santo do dia

São Bernardino de Sena, presbítero

Taquigrafadas com um método de sua invenção por um discípulo, as Prédicas populares de são Bernardino de Sena chegaram até nós com toda a naturalidade e o estilo rápido e colorido com que eram pronunciadas nas várias praças italianas. Relendo-as hoje percebe-se a atualidade dos temas entre os quais os mais frequentes eram aqueles sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça. Fustigava a avareza dos novos ricos, mercadores, banqueiros, usurários etc. Comparava-os a pássaros sem asas, incapazes de levantar o voo um palmo acima de suas coisas: “Eu bem sei que as coisas que tu tens, não são só tuas, mas Deus as deu para suprir as necessidades do homem: não são do homem, mas para as necessidades do homem”.

Tinha palavras duríssimas para os que “renegam a Deus por uma cabeça de alho” e pelas “feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres”. “Se tu tens bastante coisa e não tens necessidade e não a distribuis e morre, irás para a casa quente”. “A ti que tens agasalho mais do que tem a cebola, recobre a carne do pobre, quando o vês tão maltrapilho e nu, pois a carne dele e a tua são a mesma carne”. Recorria a exemplos familiares como o da cebola conservada com as folhas juntas para inculcar a necessidade da união e da concórdia.

Até depois de sua morte, na cidade de Áquila em 1444, são Bernardino continuou a sua obra de pacificação. De fato chegou moribundo a esta cidade e não pôde fazer o curso de prédicas que tinha programado. Persistindo a luta entre as facções, seu corpo dentro do caixão começou a sangrar como uma fonte e o fluxo parou somente quando os cidadãos de Áquila se reconciliaram. Em reconhecimento foi decretada a construção de magnífico monumento sepulcral, realizado depois por Silvestre di Giacomo.

São Bernardino, canonizado em 1450, isto é, somente seis anos após a morte, nascera em 1380 em Massa Marítima da nobre família senense dos Albizzeschi. Ficou órfão de pai e mãe ainda muito jovem e foi criado em Sena por duas tias. Frequentou a universidade de Sena até aos 22 anos, quando abandonou a vida mundana para vestir o hábito franciscano. Dentro da Ordem tornou-se um dos principais propugnadores da reforma dos franciscanos observantes. Arauto da devoção ao nome de Jesus, fazia gravar o monograma “JHS” sobre tabuinhas de madeira que dava ao povo para beijar no fim do sermão. São Bernardino é o patrono dos publicitários italianos.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

Fonte: Paulus

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