Numa época em que a cultura tinha grande valor e a escola era privilégio de poucos, houve na Igreja florescimento de santos dedicados à instrução da juventude. Era o início do século XVI. Os santos, pelas escolas, libertavam os pobres dos preconceitos so-ciais. É um bom grupinho: Caetano de Thiene, Antônio Maria Zacaria, Ângela Mérici, Jerônimo Emiliano, Filipe Néri, José Calasanz, e outros.
A respeito de seus primeiros anos de vida sabemos pouco. Nasceu em Veneza em 1486 e foi encaminhado à carreira militar. Caiu prisioneiro em Castelnuovo (1511) quando combatia contra a Liga de Cambrai. Fechado no castelo teve ambiente e tempo para meditar sobre as coisas efêmeras e decidiu-se pelas eternas. Algo parecido com que faria santo Inácio, dez anos mais tarde. Sentiu-se impelido ao serviço dos pobres e dos jovens, dos enfermos e das pecadoras arrependidas. Após algum tempo de preparação com João Pedro Carafa, o futuro Paulo IV, foi ordenado padre.
Dez anos mais tarde, uma terrível carestia assolava a península, em seguida veio uma epidemia. Jerônimo vendeu tudo o que possuía para ajudar os indigentes. Prestou grande serviço aos órfãos e às viúvas. Seu campo de trabalho foi extenso: Verona, Bréscia, Como e Bérgamo. No lugarejo de Somasca, em Bérgamo, teve início a Sociedade dos Clérigos Regulares que mais tarde foram chamados Padres Somascos. Dedicavam-se ao ensino gratuito com o revolucionário método dialogado.
São Jerônimo Emiliano morreu em Somasca enquanto dava assistência aos doentes. Contraiu a peste e morreu do mesmo mal dos seus assistidos. Era o dia 8 de fevereiro de 1537. Foi canonizado em 1767. Pio XI nomeou-o padroeiro dos órfãos e dos jovens abandonados. Antes da reforma litúrgica sua festa era no dia 20 de julho.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS