Nasceu em Desenzano, Garda, em 1470. A respeito da vida religiosa teve uma ideia completamente revolucionária para a sua época.
Viveu num período de grande prosperidade econômica e efervescência artística. Era o Renascimento. Uma voz severa e ameaçadora açoitava os ouvidos materialistas: frei Jerônimo Savo-narola. Foi enforcado e queimado na Praça da Senhoria em Florença. Vinte anos depois um frei agostiniano, Martinho Lutero, quis reformar a Igreja e conseguiu romper a unidade do cristianismo.
No meio dessas justas aspirações de reforma da vida cristã surge uma voz submissa de mulher, oferecendo o contributo mais prático para a verdadeira reforma: a observância dos conselhos evangélicos. Pertenceu à Ordem Terceira de São Francisco, quando criança, pelo menos até os 15 anos.
Crescida numa família de camponeses, após a morte dos pais, empreendeu longas peregrinações. Chegou à Terra Santa, onde foi privada da vista. Era sinal de Deus para fazê-la entender a que estava destinada: assistência espiritual e material aos jovens.
Como prolongamento de sua obra, fundou, em Bréscia, em 1535, a Companhia de Santa Úrsula, uma congregação de religiosas humildes com a finalidade de instrução às meninas, pois em seu tempo só os meninos estudavam. Só eles se preparavam para as carreiras religiosas, políticas, diplomáticas e militares. A santa é feminista precoce e revolucionária. Só algum tempo após a sua morte é que foram impressas as regras da congregação das ursulinas. Santa Ângela Mérici morreu em Bréscia no dia 27 de janeiro de 1540. Foi canonizada em 1807. Foi, primeiro, festejada em 31 de maio, depois de 1955, no dia 19 de junho para deixar lugar à festividade de Maria Rainha, e agora é recordada no dia de sua morte. A morte dos santos é a sua glorificação.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS