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Santo do dia

São Fidélis de Sigmaringen, presbítero e mártir

Chamavam-no “o advogado dos pobres” porque defendia gratuitamente os que não tinham dinheiro bastante para pagar um advogado. Marcos Reyd — o futuro capuchinho frei Fidélis — nasceu em Sigmaringen, Alemanha, em 1578, laureado brilhantemente em filosofia e em direito pela universidade de Friburgo, na Suíça, tendo empreendido a carreira forense em Colmar, na Alsácia. Mais inclinado aos estudos filosóficos do que às intrigas do tribunal, Marcos Reyd acolheu com entusiasmo o convite do conde de Stotzingen, que lhe confiava os filhos e um grupo de jovens promissores para que os encaminhasse aos estudos e ao conhecimento dos problemas do mundo contemporâneo.

Permanecendo nada menos que seis anos em várias cidades da Itália, da Espanha e da França, ministrou aos jovens e nobres alunos, úteis ensinamentos que lhe deram o novo apelido de “filósofo cristão”. Após a idade de 34 anos, abandonou tudo e voltou a Friburgo, desta vez ao convento dos capuchinhos e vestiu o humilde hábito de são Francisco. Enquanto ocupava o cargo de guardião no convento de Weltkirchen, os moradores da região tiveram a oportunidade de admirar sua extraordinária caridade e sua coragem na assistência aos atingidos pela peste.

Foi incumbido de ir à Recia, em plena crise protestante. Foram muitas as conversações, mas a intolerância de muitos acabou por criar uma onda de hostilidade ao redor do santo pregador, sobretudo da parte dos camponeses calvinistas do cantão suíço dos Grijões, que fizeram guerra contra o imperador da Áustria. Era portanto justificada a acusação de ser frei Fidélis agente a serviço do imperador católico.

O santo frade continuava impávido a sua missão, indo de cidade em cidade fazendo suas pregações. “Se me matarem — disse aos irmãos, partindo para Séwis — aceitarei com alegria a morte por amor de nosso Senhor. Considerá-la-ei grande graça”. Isso era quase uma profecia. Em Séwis, durante uma prédica, ouviu-se um tiro. Frei Fidélis continuou pregando até o final do sermão e logo depois se dirigiu à casa. Quando menos esperava estava cercado por uns vinte soldados, chefiados por um ministro que depois se converteu. Intimaram-no a renegar tudo o que tinha acabado de pregar. “Não posso, é a fé de vossos avós. Eu daria de bom grado minha vida para que vós voltásseis a esta fé’’. Atingido pesadamente na cabeça, teve apenas o tempo de pronunciar uma palavra de perdão, antes de ser abatido por golpes de espadas. Era o dia 24 de abril de 1622. Foi canonizado em 1746 por Bento XIV.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

3º Domingo da Páscoa

(branco, glória, creio – 3ª semana do saltério)

Aclamai a Deus, toda a terra, cantai a glória de seu nome, rendei-lhe glória e louvor, aleluia! (Sl 65,1s)

O Senhor ressuscitado caminha conosco e nos convida a formar comunhão com ele ao redor da sua Palavra e da partilha do Pão da vida. Celebremos exultantes a Páscoa de Cristo, que se realiza nos corações e comunidades que depositam em Deus sua fé e esperança, promovem a partilha e criam laços de fraternidade e solidariedade.

Primeira Leitura: Atos 2,14.22-33

Leitura dos Atos dos Apóstolos – No dia de Pentecostes, 14Pedro, de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 22“Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isso vós bem o sabeis. 23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse. 25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua, e até minha carne repousará na esperança. 27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu santo experimente corrupção. 28Deste-me a conhecer os caminhos da vida, e a tua presença me encherá de alegria’. 29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. 31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção’. 32Com efeito, Deus ressuscitou esse mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas. 33E agora, exaltado pela direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai e o derramou, como estais vendo e ouvindo”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 15(16)

Vós me ensinais vosso caminho para a vida; / junto de vós, felicidade sem limites!

1. Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! † Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: / nenhum bem eu posso achar fora de vós!” / Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, / meu destino está seguro em vossas mãos! – R.

2. Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, / e até de noite me adverte o coração. / Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, / pois, se o tenho a meu lado, não vacilo. – R.

3. Eis por que meu coração está em festa, † minha alma rejubila de alegria / e até meu corpo no repouso está tranquilo; / pois não haveis de me deixar entregue à morte / nem vosso amigo conhecer a corrupção. – R.

4. Vós me ensinais vosso caminho para a vida; † junto a vós, felicidade sem limites, / delícia eterna e alegria ao vosso lado! – R.

Segunda Leitura: 1 Pedro 1,17-21

Leitura da primeira carta de São Pedro – Caríssimos, 17se invocais como Pai aquele que, sem discriminação, julga a cada um de acordo com as suas obras, vivei então respeitando a Deus durante o tempo de vossa migração neste mundo. 18Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito. 20Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso e, neste final dos tempos, ele apareceu por amor de vós. 21Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim a vossa fé e esperança estão em Deus. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 24,13-35

Aleluia, aleluia, aleluia.

Senhor Jesus, revelai-nos o sentido da Escritura; / fazei o nosso coração arder quando falardes (Lc 24,32). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como que cegos e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?” 19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. 25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. – Palavra da salvação.

Reflexão:

No belíssimo relato de Lucas, descobrimos as duas partes principais da celebração eucarística. Primeiramente, em conversa com os discípulos de Emaús, o próprio Jesus expõe e comenta passagens da Escritura referentes a ele, o Messias que haveria de sofrer e morrer antes de entrar “na sua glória”. Morto e ressuscitado, Jesus será a chave de compreensão da Escritura. Depois, Jesus parte e reparte o pão, gestos que o identificam: ele é o Messias anunciado pelos profetas, agora ressuscitado, que continua presente na vida dos discípulos. Alimentados com a presença do Senhor, esses discípulos se transformam em entusiastas testemunhas dele: “Na mesma hora se levantaram e voltaram a Jerusalém… e contaram o que tinha acontecido pelo caminho, e como o haviam reconhecido quando ele partiu o pão”.(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santos Sotero, Caio e Agapito, papas

Estes três papas, comemorados no mesmo dia no Martirológio Romano, não têm muita coisa em comum. Como acontece normalmente com os papas dos primeiros séculos, é preciso fazer crítica severa sobre as poucas informações que até nós chegaram. É o caso específico de Sotero e Caio: uma observação dos compiladores do novo calendário declara de fato: “As memórias de são Sotero († ano 175) e de são Caio (22 de abril de 296), introduzidas no calendário romano no século XIII, foram abolidas: de modo algum são Sotero e são Caio devem ser contados entre mártires. São Caio é lembrado no livro Depositio episcoporum (354), enquanto ignora-se o dia de nascimento de são Sotero”.

De são Sotero sabemos que foi papa de 166 a 175 e que escreveu uma carta para encorajar os perseguidos de Corinto: Eusébio de Cesareia traz a eufórica resposta de Dionísio que agradecia ao papa pela “abundância dos socorros que enviara aos santos, e pela consolação que oferecera com palavras de conforto aos irmãos que tinham recorrido a ele, assim como um pai amoroso teria feito com seus filhos”. E comunicava também que a carta do papa fora lida na reunião pública dominical e seria consultada com o mesmo cuidado tributado à carta que são Clemente enviara àquela comunidade.

De são Caio se dizia que era parente do próprio Diocleciano e que era além disso tio de certa santa Susana.

Parente de são Gregório Magno, santo Agapito foi papa e zeloso defensor da tradição católica por pouco menos de um ano, morrendo em Constantinopla a 22 de abril de 536. À capital do império romano do Oriente o papa fora na esperança, tornada desilusão, de fazer cessar a desastrosa guerra greco-gótica da Itália, estourada em 535. Seus funerais foram tais como nunca tinham sido vistos em Constantinopla para bispo ou imperador. Sua intervenção obteve êxito positivo, porém contra o patriarca Antimo que pendia para o monofisismo e que ele o substituiu por um bispo católico, Mena. Como revelou o próprio Agapito numa carta a Pedro, bispo de Jerusalém, era a primeira vez desde os tempos apostólicos (de são Pedro) que uma igreja oriental recebia um bispo consagrado pelo bispo de Roma.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Sábado da 2ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Povo resgatado por Deus, proclamai suas maravilhas: ele vos chamou das trevas à sua luz admirável, aleluia! (1Pd 2,9)

A comunidade que reconhece a presença de Jesus em seu meio não permite nenhum tipo de exclusão; por isso, em vista de acudir os pobres, move-se no sentido de melhor organizar os serviços pastorais. Esta liturgia nos convida a estarmos sempre atentos às várias necessidades comunitárias.

Primeira Leitura: Atos 6,1-7

Leitura dos Atos dos Apóstolos – 1Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os doze apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 32(33)

Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!

1. Ó justos, alegrai-vos no Senhor! / Aos retos fica bem glorificá-lo. / Dai graças ao Senhor ao som da harpa, / na lira de dez cordas celebrai-o! – R.

2. Pois reta é a palavra do Senhor, / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça. – R.

3. O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, / para da morte libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria. – R.

Evangelho: João 6,16-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

Ressurgiu Cristo, o Senhor, que criou tudo; / ele teve compaixão da humanidade. – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. – Palavra da salvação.

Reflexão:

O breve texto bíblico nos mostra que as primeiras comunidades cristãs tiveram dificuldades para reconhecer Jesus ressuscitado. O mar agitado indica as tribulações que os missionários enfrentam. Para aumentar o medo e a insegurança dos discípulos, vem a noite, que representa a ausência do Mestre. Jesus não os abandona; deixa-os sozinhos durante quase todo o trajeto, para exercitá-los na fé. Jesus vai até eles caminhando sobre o mar. Só Deus pode fazer isso. Jesus é senhor da natureza. Aqui se manifesta a divindade de Jesus. Ao dizer “Sou eu”, Jesus se identifica com o Deus libertador, que nunca abandonou o povo de Israel. Sem a presença de Jesus e sem a sólida fé dos missionários, qualquer missão está fadada a fracassar.(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

FONTE: PAULUS

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Santo Anselmo, bispo e doutor da Igreja

Nascido aos pés dos Alpes, em Aosta, em 1033, de família nobre, e educado pelos beneditinos, santo Anselmo manifestou desde muito jovem forte desejo de dedicar-se à vida contemplativa. Seu pai, Gandulfo, permanecia irremovível: o filho primogênito não devia tornar-se monge, mas seguir os seus passos. Anselmo sofreu tanto que chegou a ficar gravemente enfermo, mas o pai não se dobrou. Restabelecido, o jovem pareceu ouvir o desejo paterno, porque se adaptou à vida mundana, mais que isso: pareceu bem disposto às ocasiões fáceis de prazeres que o seu dinheiro lhe permitia, mas em seu coração conservava intacta a antiga chama. De fato abandonou bem logo a casa paterna, ultrapassou Moncenísio e após ter vagado pela França parou em Bec, na Normandia, em cuja famosa abadia lecionava um grande mestre de teologia, o monge Lanfranco.

Anselmo mergulhou nos estudos seguindo fielmente os rastros do mestre, ao qual sucedeu como abade, ainda muito jovem, na direção do mosteiro e como professor. Foi pregador e reformador da vida monástica e sobretudo teólogo. Representa o início da teologia escolástica. Seu rigor ascético criou-lhe fortes oposições da parte de alguns, mas a sua grande amabilidade acabava por conquistar o amor e a estima até dos mais refratários. Era gênio metafísico de coração piedoso: com o coração e a inteligência se aproximou dos mistérios cristãos: “Fazei, Senhor, que eu sinta com o coração o que toco com a inteligência” — ele escrevia.

As suas duas obras mais conhecidas são o Monológio, ou modo de meditar sobre as razões da fé, e o Proslógio, ou a fé que procura a inteligência. É preciso, segundo ele, impregnar sempre mais a nossa fé de inteligência, aguardando a visão beatífica. Suas obras filosóficas, como suas meditações sobre a Redenção, provinham de vivo entusiasmo do coração e da inteligência. Nisso o pai da Escolástica estava bem perto de santo Agostinho. Elevado à dignidade de arcebispo primaz da Inglaterra, com sede em Canterbury, o manso monge de Bec teve de lutar contra a hostilidade de Guilherme, o Vermelho, e Henrique I. Os contrastes, primeiro velados, explodiram em luta aberta e por duas vezes o arcebispo Anselmo teve de reatravessar a Mancha e aguardar no exílio até que as águas se acalmassem.

Foi a Roma não só para pedir o reconhecimento dos seus próprios direitos, mas também para que fossem amenizadas as penas decretadas contra seus adversários, afastando assim o perigo de cisma. Esta sua moderação acabou por desarmar todos os seus inimigos. Morreu em Canterbury a 21 de abril de 1109. Em 1720 o papa Clemente XI declarou-o doutor da Igreja.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Sexta-feira da 2ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9s)

Em defesa dos apóstolos, ergue-se a palavra sensata de um mestre da Lei. Estava convencido de que, se a obra deles “vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los”. Peçamos ao Senhor bom senso e sensibilidade para as coisas de Deus e para as legítimas necessidades humanas.

Primeira Leitura: Atos 5,34-42

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 34um fariseu, chamado Gamaliel, levantou-se no sinédrio. Era mestre da Lei, e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante. 35Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto, e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou. 37Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se esse projeto ou essa atividade é de origem humana, será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel. 40Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do nome de Jesus. 42E cada dia, no templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 26(27)

Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: / habitar no santuário do Senhor.

1. O Senhor é minha luz e salvação; / de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida; / perante quem eu tremerei? – R.

2. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa / e é só isto que eu desejo: / habitar no santuário do Senhor / por toda a minha vida; / saborear a suavidade do Senhor / e contemplá-lo no seu templo. – R.

3. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes. / Espera no Senhor e tem coragem, / espera no Senhor! – R.

Evangelho: João 6,1-15

Aleluia, aleluia, aleluia.

O homem não vive somente de pão, / mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí com os seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. 5Levantando os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. 8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens. 11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!” 13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Grande multidão segue a Jesus porque vê os sinais que ele faz em favor dos doentes. A multidão que se aproxima de Jesus está faminta. O comércio não resolve o problema desses pobres. A solução está na partilha. Uma criança, símbolo do desapego dos bens materiais, entrega tudo o que possui. Jesus em pessoa reparte o alimento. Quando há divisão igualitária dos bens terrenos, todos ficam satisfeitos, e ainda sobra. Alimentados e eufóricos, querem fazer de Jesus o seu rei, sinal de que o seguem somente por motivos interesseiros. Rejeitando a tentação de um messianismo puramente terreno, Jesus se afasta para o lugar do encontro com o Pai. O episódio permite entrever a Eucaristia, sinal de comunhão com Deus e com os irmãos.(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

FONTE: PAULUS

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São Teodoro, bispo

Teodoro quer dizer “dom de Deus”. Há quarenta santos com o nome de Teodoro ou Teodora. Quem comemoramos hoje nasceu em Sicea, na Galácia, na segunda metade do século VI. É possível que este nome lhe tenha sido dado em memória de algum mártir Teodoro, e talvez daquele que foi general sob Licínio, martirizado pela fé no Ponto, em cuja honra, aliás, surgiu a cidade de Teodorópolis.

Protetor e guia de são Teodoro foi são Jorge (cuja festa se celebra no dia 23 do corrente); este santo guerreiro protegeu o pequeno Teodoro ao nascer mediante um parto dificílimo. Já na idade de oito anos o garoto deixava a casa e os divertimentos para procurar lugar afastado onde pudesse entregar-se à oração, a capela de são Jorge. E este santo apareceu à mãe de Teodoro para dissuadi-la de impedir ou proibir ao menino esses atos de excepcional piedade.

Quando estava mais crescido, Teodoro cavou uma gruta sob a capela de são Jorge e para aí se retirou para viver em oração. O jovem, magro e macilento, quase sepultado vivo naquela gruta, atraiu a atenção da cidade. Nos arredores de sua escura caverna aconteceram admiráveis e numerosos fatos miraculosos.

O bispo da vizinha cidade de Anastasiópolis chamou para perto de si este jovem que tanto prometia. Em poucos dias, embora não tivesse ainda a idade canônica, ordenou-o sacerdote. Como sacerdote, Teodoro não só continuou, como intensificou, a sua vida penitente.

Foi em peregrinação à Terra Santa, visitou mosteiros, cenóbios, pequenas celas de anacoretas no deserto. Enfim, também ele tomou o hábito religioso, e com diversos companheiros fundou uma comunidade de austeros renitentes, postos sob a proteção de são Jorge.

Mais tarde o povo quis elegê-lo, à força, bispo de Anastasiópolis. O “Dom de Deus” aceitou em obediência. Por dez anos foi bispo perfeito, por dez anos pediu para ser substituído. Finalmente, por intervenção do imperador e do patriarca de Constantinopla, foi restituído à sua pequena cela de monge.

Ficava assim livre, mas não sozinho, pois era perseguido por uma multidão de devotos a pedir suas orações e sua intervenção nas dificuldades e nos negócios. Despojado da dignidade episcopal, viu-se rodeado de uma corte gloriosa e esplêndida de milagres. Viu-se em meio aos milagres, que se multiplicavam em torno dele para o bem do próximo e para a salvação dos pecadores.

Quando morreu, em 613, podia-se dizer que são Teodoro fizera jus ao seu nome, e fora verdadeiro “dom de Deus” para o seu povo e para a sua Igreja.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Quinta-feira da 2ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia! (Sl 67,8s.20)

Proibidos pelos chefes do povo de ensinar “em nome de Jesus”, os apóstolos retrucam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens”. Que o Senhor nos infunda esse mesmo ardor apostólico e nos ajude a testemunhar a verdade do seu amor.

Primeira Leitura: Atos 5,27-33

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, os guardas 27levaram os apóstolos e os apresentaram ao sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” 29Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus antes que aos homens. 30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem”. 33Quando ouviram isso, ficaram furiosos e queriam matá-los. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 33(34)

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Provai e vede quão suave é o Senhor! / Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! – R.

2. Mas ele volta a sua face contra os maus / para da terra apagar sua lembrança. / Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta / e de todas as angústias os liberta. – R.

3. Do coração atribulado ele está perto / e conforta os de espírito abatido. / Muitos males se abatem sobre os justos, / mas o Senhor de todos eles os liberta. – R.

Evangelho: João 3,31-36

Aleluia, aleluia, aleluia.

Acreditaste, Tomé, porque me viste. / Felizes os que creem sem ter visto (Jo 20,29). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 31“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o Espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Quem é da terra fala como terreno. Há pessoas cujos assuntos giram em torno de coisas materiais. Dedicam horas fazendo planos de como aumentar os bens, ganhar mais dinheiro, frequentar bons restaurantes, alcançar fama nesta vida. Esquecem que o ser humano é unidade de corpo e alma. Investem no corpo e deixam de alimentar devidamente o espírito. Jesus nos fala do céu, e o faz com propriedade, porque conhece o Pai e dele nos dá testemunho. Além disso, nos concede, de forma generosa, o Espírito Santo. Se nos deixarmos embalar pelo Espírito, nossa vida terá um salto significativo. Essa riqueza imensa, o Pai a oferece a todos os que aceitam seu Filho Jesus. Em vez de ficar enredada numa vidinha medíocre, a pessoa se liberta para viver aqui a vida plena que desemboca na vida eterna.

FONTE: PAULUS

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Evangelho do dia

Quarta-feira da 2ª Semana da Páscoa

(branco – ofício do dia)

Senhor, eu vos louvarei entre os povos, anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia! (Sl 17,50; 21,23)

Intimados pelos dirigentes a ficar calados, os apóstolos se recusam; preferem obedecer à ordem do “anjo do Senhor”, que os manda seguir pregando sobre Jesus. A consciência do amor de Deus para conosco nos anime a anunciar o Evangelho em todas as circunstâncias.

Primeira Leitura: Atos 5,17-26

Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 17levantaram-se o sumo sacerdote e todos os do seu partido – isto é, o partido dos saduceus – cheios de raiva 18e mandaram prender os apóstolos e lançá-los na cadeia pública. 19Porém, durante a noite, o anjo do Senhor abriu as portas da prisão e os fez sair, dizendo: 20“Ide falar ao povo, no templo, sobre tudo o que se refere a este modo de viver”. 21Eles obedeceram e, ao amanhecer, entraram no templo e começaram a ensinar. O sumo sacerdote chegou com os seus partidários e convocou o sinédrio e o conselho formado pelas pessoas importantes do povo de Israel. Então mandaram buscar os apóstolos à prisão. 22Mas, ao chegarem à prisão, os servos não os encontraram e voltaram, dizendo: 23“Encontramos a prisão fechada, com toda segurança, e os guardas estavam a postos na frente da porta. Mas, quando abrimos a porta, não encontramos ninguém lá dentro”. 24Ao ouvirem essa notícia, o chefe da guarda do templo e os sumos sacerdotes não sabiam o que pensar e perguntavam-se o que poderia ter acontecido. 25Chegou alguém que lhes disse: “Os homens que vós colocastes na prisão estão no templo ensinando o povo!” 26Então o chefe da guarda do templo saiu com os guardas e trouxe os apóstolos, mas sem violência, porque eles tinham medo que o povo os atacasse com pedras. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 33(34)

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem! – R.

2. Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou. – R.

3. Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, / e o Senhor o libertou de toda angústia. – R.

4. O anjo do Senhor vem acampar / ao redor dos que o temem e os salva. / Provai e vede quão suave é o Senhor! / Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! – R.

Evangelho: João 3,16-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus o mundo tanto amou, / que lhe deu seu próprio Filho, / para que todo o que nele crer / encontre vida eterna (Jo 3,16). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. 19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Este breve trecho pode ser considerado o resumo do quarto Evangelho: “Deus amou de tal modo o mundo, que enviou seu Filho único para que sejamos salvos por ele”. Toda a história da salvação está direcionada também para este ponto: por supremo ato de amor, Deus nos envia seu Filho, que, em atitude de extremo amor, morre por nós na cruz. Diante de Jesus, cuja vida é totalmente doada em favor da humanidade, as pessoas precisam tomar posição. Ou escolhem a luz e a vida, colocando-se a favor de Jesus, ou, pelo contrário, escolhem as trevas, e se posicionam contra Jesus. Através de nosso testemunho cristão, Jesus quer continuar sendo luz que aponta o caminho da salvação para o mundo todo.(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

FONTE: PAULUS

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Santo do dia

Santa Ema, viúva

Duas são as santas com esse nome: Ema de Gurk (Áustria) e Ema da Saxônia (Alemanha). Muitos detalhes de suas vidas são semelhantes. Viveram no mesmo século (XI), ambas de nobre família, ambas casaram-se e enviuvaram ainda jovens, repartiram seus bens com os pobres e levaram vida austera, dedicadas à oração e a obras de carida-de. Ema de Gurk, fundadora de dois mosteiros, morreu a 27 de maio de 1045, enquanto Ema da Saxônia a precedeu cinco anos, uma vez que morreu a 19 de abril de 1040. No mosteiro de são Liutgero em Werden, no Ruhr, perto de Dusseldorf, inexplicavelmente longe da Saxônia, conserva-se uma relíquia da santa: uma mão prodigiosamente intacta.

Um cronista alemão do mesmo século, Adão de Brema, na sua História eclesiástica, nos dá informação sobre uma “nobilíssima Ema”, irmã de Meinverk, bispo de Paderborn (morto em 1036), e esposa do conde Liutgero da Saxônia. Ficou viúva ainda jovem. Bela, rica e sem filhos, não desejou segundas núpcias e se manteve constante em seu novo programa de vida, baseado na total dedicação às obras de caridade.

Generosa nas doações e no socorrer os outros, mas austera e intransigente consigo mesma, procurou a perfeição no difícil estado de viuvez, uma condição bastante incômoda para uma mulher que ficou só mas não livre, exposta a mil insídias porque sem apoio e tornada alvo, se rica, dos cálculos interesseiros de parentes próximos e afastados:

— “Tu és jovem? — lê-se numa fervorosa prédica de são Bernardino de Sena dirigida às viúvas cristãs. Faze com que tua carne seja disciplinada. Quero que aprendas a viver como religiosa. Sê autêntica em tua alma. Queres marido? Tomá-o em nome de Deus, livra-te dele. Mas nunca mais terás consolação… Assim seria melhor permaneceres viúva, servir a Deus do melhor modo que puderes, enquanto durar a tua vida”. Ema havia escolhido esta última maneira de servir a Deus, a mais difícil e rara. Sua mão, que chegou até nós intacta, nove séculos e meio após sua morte, é sinal certo da sua mais característica virtude: a generosidade.

Verdadeira serva de Cristo, serviu o seu esposo celestial com a oração e a caridade, merecendo a devoção não de um marido, mas de milhões de cristãos que já há mais de nove séculos a honraram com um culto público. Seu corpo, sem aquela mão de que se falou, repousa na catedral de Brema.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

FONTE: PAULUS